
Igreja Una Santa Católica e Apostólica
3º Domingo do Advento - Domingo Gaudete
17/12/2017 09:04“Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4.5).
A tradição litúrgica da Igreja chama este Terceiro Domingo de Domingo Gaudete, isto é “Domingo do Alegrai-vos!” No Missal Romano, a antífona de entrada exclama: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4.5). Como expressão dessa alegria, pode-se usar no lugar do roxo, a cor rosa, no tom conhecido como “roseo”. Na verdade é um roxo suavizado, que exprime a exultação pela aproximação do Santo Natal. Alegrai-vos! Alegremo-nos! O Senhor está perto! Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor; está próximo de nós o Salvador nosso nos diversos momentos de nossa existência! Ele não é Deus de longe; é Deus de perto: seu nome será para sempre Emanuel, Deus-conosco!
Alegrai-vos! Há quem se alegre no pecado, há quem se alegre em futilidades, há quem, mesmo alegrando-se com coisas que valem a pena, esquece que toda alegria é passageira. Quanto a vós, caríssimos, alegrai-vos com tudo quanto é bom e louvável, mas colocai vossa maior e definitiva alegria no Senhor! Somente nele o coração repousa plenamente, somente nele encontra-se a paz que dura mesmo em meio à tribulação mais dura, somente nele o anseio mais profundo de nossa alma. Alegrai-vos! Mas seja o Senhor o fundamento da vossa alegria, a causa última da vossa exultação!
Mas, quem é esse Senhor em quem nos mandam que nos alegremos?
João Batista, hoje, nos adverte: “No meio de vós está Aquele que vós não conheceis!” Quem é ele? Quem é este “Aquele”?
Aqui está o motivo no qual muito dos que estão ao nosso redor não experimentem o que seja de fato “ser alegre”, “ser feliz”. Santo Agostinho no seu livro “O diálogo sobre a Felicidade”, dá uma definição que a primeira vista parece ser simplista, no entanto, aprofundada pela meditação junto à oração, percebemos que contém uma verdade essencial e profunda.
Segundo ele: “a felicidade consiste na busca do que convém”, e ainda chega a declarar que a infelicidade é própria dos indigentes, ou seja, daqueles que buscam a felicidade onde ela não se encontra, dos que pensam que ser feliz é fazer o que se quer, o que dá na cabeça. Para Agostinho isso denota falta de sabedoria, insensatez.
Mas, se formos perguntar: o que é que realmente convém? Qual seria a resposta por nós apresentada?
São João Batista, na liturgia de hoje, nos dá-nos um exemplo muito claro e objetivo quando confessa a verdade sobre quem ele realmente é, e quem é o Cristo que haverá de se manifestar.
E como ensina o próprio Agostinho no seu célebre ensinamento, “não pode haver verdadeiro amor, se antes não há verdadeiro conhecimento”.
Mas, e a alegria, tema geral dessa liturgia?
O conhecimento gera o amor, o amor a liberdade, e a liberdade, verdadeira alegria, felicidade plena, contentamento e fascínio.
Tudo isso em nós deve ter um fundamento sólido, é isso que a liturgia quer que em forte em nossos corações. O Senhor pede que estejamos alegres sempre. Cada um de nós devemos olhar o que nos edifica, pois, é Nosso Senhor Jesus Cristo o fundamento de nossa alegria.
Só Ele é capaz de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar. Através de todas as situações pelas quais passamos, e também com aquelas que resultam da nossa insensatez, infidelidades e da nossa falta de santidade. Para todas tem um remédio, Ele próprio.
Neste tempo propício de oração, seria necessário reconhecermos que precisamos dirigir ao Senhor um diálogo íntimo e profundo seja numa visita ao Sacrário, seja na Missa durante a comunhão e que lhe abramos a nossa alma com toda a confiança. É aí que encontraremos a FONTE DA ALEGRIA.
Uma alma triste está sempre propensa à tentação. Quantos são os pecados cometidos à sombra da tristeza. Por outro lado, quando uma alma está alegre , abre-se e é estímulo ao outros, inspira, dá ânimo a muitos dos nossos amigos e familiares.
Nunca devamos esquecer que a tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos sempre em nós mesmo, esquecendo-se dos outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo mesmo dificilmente encontrará alegria na oração, nos sacramentos, no dar-se aos irmãos.
Preparemos o Natal junto de Nossa Senhora. Procuremos também prepará-lo junto de nossa família, no nosso trabalho, alimentando um clima de paz e gerando muitas pequenas alegrias e demonstrações de afeto aos que nos rodeiam. Os homens necessitam de que lhes levemos o Cristo Senhor que nascerá em Belém, e poucas provas são tão convincentes como a alegria habitual do cristão, uma alegria que persiste mesmo quando chegam a dor e a contradição.
A Virgem teve muitas dificuldades para chegar a Belém, cansada de uma viagem tão longa e sem encontrar um lugar digno onde o seu Filho pudesse nascer; mas esses problemas não a fizeram perder a alegria da boa nova de que Deus se fez homem e habitou entre nós.
Alegrai-vos, o Senhor está perto!
Laus Deo In Aeternum
Walter Silva
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