Igreja Una Santa Católica e Apostólica


Lectio Divina - 14º DOMINGO Tempo Comum

08/07/2017 20:44

“Eis que teu rei, humilde, vem ao teu encontro.” Zacarias 9, 9

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

    A partir da saída de Adão e Eva do Paraíso, a humanidade foi se precipitando nos abismos do pecado. Vemos nos primórdios Caim matar Abel (Gn 4, 8), mais tarde corromperam-se todos os homens da Terra, a ponto de Deus arrepender-se de ter criado o homem (Gn 6, 5-7). Depois cheios de arrogância, procuraram desafiá-lo por meio de obras (Gn 11,4), e finalmente caíram na idolatria vergonhosa erguendo imagens e adorando-as como se fossem  deus.

    Mas Deus, na plenitude dos tempos, se compadecendo de tanto misérias, desce do Céu e assume nossa fraca natureza para resgatar em nós a dignidade antes perdida por causa do pecado original e também se relacionar conosco. Jesus, Unigênito do Pai, se humilha e toma sobre si nossas iniqüidades, tendo em vista nossa redenção e fazer-nos bem aventurados, dignos da vida eterna. Seu coração deseja tal felicidade, e que ela já tenha começo aqui agora, mas como atingi-la ainda neste mundo?

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11, 29-30)

    Eis, portanto, um convite e o segredo da felicidade, a causa e o fundamento da vida de todo àquele que deseja servir a Deus no próximo: um coração humilde e manso.

     A virtude da humildade e mansidão que nos são propostas nesta liturgia por Jesus, além de serem virtudes que agradam o coração de Deus, são disposições essenciais que tornam mais fácil os laços humanos. O orgulho nos faz ridículos, a humildade mostra-nos transparentes, pois, como dizia S. Teresa D’Ávila,“humildade é andar na verdade.”

    É preciso ter claro que diante de Deus que somos o que somos, nem mais nem menos, com nossas qualidades e defeitos, nossos vícios e virtudes, vitórias e quedas e pessoas que “fazem muita das vezes o mal buscando o bem como afirma o apóstolo” das Gentes (Rm 7, 19).  Precisamos ter bem claro tudo isso na própria vida para saber exigir os próprios direitos, cumprir os próprios deveres e dar a devida honra e glória a Deus. É preciso ter a consciência bem formada na humildade, assim ela nos ajudará a não praticar a falsa humildade, que consiste, entre outras coisas, em negar as próprias qualidades ou em andar por aí as mostrando sem necessidade alguma. Somos o que somos, e o que somos devemos a Deus, a quem seja toda a honra e toda a glória através de nós e de nossas ações!

    E quanto à mansidão? O evangelho nos ensina que “os mansos possuirão a terra”, pois depois de ter constantemente alimentado essa virtude na alma, a o reino celeste é seu por mérito, e sem dúvida alguma, a mansidão vem pela humildade. Peçamos a Deus a humildade, e a mansidão também virá.

    O segredo está na vida de oração. Quantas vezes sentimos cansaço e somos esmagados pelos constantes ataques do mundo ou do próprio demônio, que tenta nos desanimar e por muitas vezes esfregam em nossa face nossas fraquezas e pecados.

    São João Paulo II ensina ainda sobre a oração: “É bom demorar- se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto (Jo 13,25 ), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela “arte da oração”, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio! ( Carta  Encíclica Ecclesia de Eucharistia, João Paulo ll , 25)

    Ao nos convidar a aprender D’Ele, Jesus quis que entrássemos em sua “escola”, dando-nos o exemplo e acima de tudo confiança em nossos passos, ânimo e coragem em nosso caminho. Busquemos principalmente na oração essa duas virtudes, são tantas almas que precisam de nossa caridade sobrenatural, de nossas mãos as apoiando em suas lutas, e somente que as tem conseguirá salvar aqueles que estão perdidos, cansados, sobrecarregados, por isso elas são tão caras e necessárias em nossos dias. O mundo está morrendo devido ao orgulho que impera nos corações, nas famílias e na sociedade. Nós somos “muito lentos no amor”, dizia um padre em uma homilia dias atrás, e como é verdade.

    A primeira das virtudes, dizia São João Mara Vianney é “a humildade, a segunda, a humildade, e a terceira, a humildade”. Os santos se julgavam nada, mas Deus estimava-os e lhes concedias graças abundantes. Tudo o que temos pertence a Deus, enquanto de nossa parte só temos pecado, porque então o orgulho, a arrogância e a prepotência?

    Sejamos humildes como Jesus é a Humildade, mansos como Ele é a Mansidão, procurando em todas as coisas ser santo como Ele é a Santidade. No exercício contínuo dessas virtudes, não há dúvida que encontraremos a paz tão desejada pelo nosso coração e alegria pela alma.

    Maria, por se julgar pequenina, tornou-se grande aos olhos de Deus, como nos demonstra o Magnificat. Supliquemos a essa boa Mãe que nos ensine o caminho da humildade e da mansidão, para darmos a Deus o canto que ele É digno de receber.

Laus Deo

Walter Silva

 

Leituras

Zc 9, 9-10
Salmo - 145(144)
Rm 8,9,11-13
Mt 11,25-30

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