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A Existência de Deus

A Existência de Deus

“Se Deus não existisse não existiriam ateus.” G. K. Chesterton

Estamos vivendo um tempo em que a falta de fé, atribuída a um “iluminismo” moderno, tem gerado nos meios acadêmicos, pessoas que se julgam profundamente “inteligentes” á ponto de não aceitarem se submeter à uma divindade criadora, assim se cria a fábrica dos neo ateístas.

Os neo ateístas são em sua maioria jovens estudantes de classe média, que com pouco ou muito conhecimento em diversos campos da ciência, julgam terem encontrado um certo “santo graal” ou seja, Deus não existe, logo, precisam propagar esta mensagem à todos o quanto podem, pois precisam “desenvangelizar” o maior número de pessoas. E acabam criando uma certa “religião” do não temos religião somos agnósticos.

O AGNOSTICISMO (CIC 2127-2128)

O agnosticismo reveste muitas formas. Em certos casos, o agnóstico recusa-se a negar Deus. Postula, pelo contrário, a existência dum ser transcendente, incapaz de Se revelar e do qual ninguém seria capaz de dizer fosse o que fosse. Em outros casos, não se pronuncia sobre a existência de Deus, declarando ser impossível prová-la, e até afirmá-la ou negá-la. O agnosticismo pode, por vezes, encerrar uma certa busca de Deus. Mas pode igualmente representar um indiferentismo, uma fuga perante a questão última da existência e uma preguiça da consciência moral. Com muita frequência, o agnosticismo equivale a um ateísmo prático.

O que estes pseudo sábios se esquecem é que a Igreja já enfrentou seus “avós” , "bisavós" e também "tataravós", sempre com eloquência e todos este passaram e a Igreja segue firme, sem que uma virgula, da sua fé seja alterada.

A má fé dos neo ateístas onde querem justificar seus pensamentos independentemente, da forma utilizada, mesmo que seja preciso, mentir, falsificar, plagiar ou distorcer conteúdos filosóficos, teológicos e históricos, muitas vezes pegam de calças curtas, somente aqueles que já tinha um fé vacilante e como para o neo ateísta a moral pouco importa (mesmo contradizendo a um principio de virtudes exigido na filosofia antiga) partem para a agressão verbal, na falta de argumentos ou ao ataque em bandos.

Santo Tomás de Aquino, formatando melhor os pensamentos dos antigos filósofos gregos, que por uma experiência racional chegaram ao conhecimento da existência de Deus, expos as 5 vias do conhecimento de Deus em sua filosofia.

Duas coisas não podem ser provadas a evidência, pois é evidente e o mistério que é verdade inacessível a razão . A existência de Deus não é nem evidência e nem mistério.

Parmênides cerca de 500 a.C. já pensava na unicidade de Deus, o Ser uno, eterno, não gerado e imutável. O que esta fora do Ser é não ser, ou seja nada.

Sócrates, Platão e Aristóteles e Santo Tomás aperfeiçoando-os entram nas 5 vias do conhecimento de Deus:

Primeira via o Movimento.

Notamos que as coisas mudam e existem coisas que não mudam, um exemplo a verdade não muda, o que é verdade hoje é verdade sempre, a beleza também é imutável, o que é belo hoje, sempre será belo, o bem (bondade) é juntamente imutável, o que é bom sempre será bom. Deus é Verdade, Beleza e Bem, imutável!

Tudo está definido em ato e potência; as qualidades existentes em ato e ás qualidades que podem vir a existir em potência. Nas coisas que mudam podemos dizer em ato e potência. Ex. Uma lâmpada esta apagada em ato, mas pode ser acesa em potência. Mudar é a potência de algo em ato de algo.

Nada muda sozinho, um ser em potência precisa receber de outro ser em ato oque ele possui. Ex. Uma parede branca em ato tem á potência de ser vermelha, ela recebe da tinta vermelha em ato sua cor. No ser que se modifica a potência existe antes do ato, mas na mudança o ato precisa agir antes da potência. Como na parede, que era branca em ato, mas poderia ser vermelha em potência, enquanto não se pintar em ato a parede não alteraria sua cor.

A série de movimentos não é infinita, pois é composta de vários movimentos separados e finitos, se a série fosse infinita não haveria mudanças, pois o infinito não tem divisão, logo o primeiro Ser tem todas ás qualidades em ato e não possui potência, Deus é ato puro!

O ser que possui mais matéria é o que mais possui potência e pode ser mudado, Deus não é matéria é puro Ato, é Espirito! Todo se composto pode ser decomposto. Ex a água H²O, 2 moléculas de H e 1 de O, Deus é simples não pode ser dividido.

Toda mudança em potência precisa de tempo, Deus não sofre a ação da potência, pois é ato, logo não existe tempo em Deus, Ele é Eterno, em Deus todas as coisas estão no presente. O tempo é o agora que esta passando, o eterno é o agora fixado.

Todo ser finito pode aumentar ou diminuir, pois tem potência, Deus não possui potência, logo é infinito, não aumenta nem diminui. Alguns dizem que a numeração é infinita, esta errado, pois os números são indefinidos e não infinitos, pois possuem potência para mudar.

A via do movimento resumindo é: Tudo que se move é movido por outro, como é impossível uma série de movimentos infinitos, logo existiu um primeiro movimento, um motor imóvel. Deus!

Segunda via Causalidade:

A causa e o efeito são uma sequência, na natureza existe uma sequencia definida e continua. Ex. Pais e filhos.

Se a série de causas fosse infinita, não existiria a primeira, logo existiu a primeira causa para que todos os efeitos viessem a existir, que chamamos: A Primeira Causa, não causada. O filósofo Sócrates antes de morrer exclamou: - Causa das causas tende pena de mim!

O Darwinismo diz um absurdo que uma causa menor, produz uma maior, do menos não pode vir mais. O que veio primeiro o ovo ou a galinha? A galinha, pois ovo é potência!

Nada que existe é causa de si mesmo, todas as coisas são efeitos de uma causa anterior.

Terceira via Contingência:

Contingência é tudo aquilo que existe e pode deixar de existir, todo ser tem potência de existir e passou a existir em ato. Passou-se de não existir, para existir é contingente.

Todos os seres passaram a existir, logo recebeu de um ser, de outro a existência, os seres não possuem a essência de existir, mas receberam.

Deus é o ser necessário, Ele é a existência, pois é Ato Puro, o homem é contingente poderia existir ou não, no ser contingente a essência não inclui a existência, é o Ser de Deus que sustenta os seres. É impossível que os seres viessem do nada, pois o nada, nada gera, faz se necessário um Ser, que explique e fundamente á existência dos seres.

Quarta via Graus de Perfeição:

Esta via tem sua origem na visão Platônica de mundo, bastante romântica.

Toda comparação de uma qualidade supõe a existência da qualidade em si mesma. Ex. O Rio de Janeiro é mais bonito que Cubatão. Comparando a beleza natural de duas cidades, vemos que o belo existe. As qualidades de Deus foram transmitidas ao criado em graus, cada ser tem a capacidade de receber em certo ponto uma qualidade.

Cada potência tem seu limite, ela limita o ato, conforme o tamanho da potência, assim existem seres mais perfeitos que outros e em todas as criaturas existem reflexos do Criador e da sua perfeição, o universo criado simboliza a imagem de Deus.

Nos anjos e nos homens há a semelhança (santidade) e a imagem, pois são seres com inteligência e vontade, nos animais, vegetais e minerais há vestígios de Deus, o universo passa a ser uma escada de virtudes Àquele que é perfeito.

Resumindo, todo ser tem seu grau de perfeição; ás arvores são mais perfeitas que ás rochas, os animais mais que ás arvores; os homens mais perfeitos que os animais; logo, existe um Ser que seja sumamente perfeito. Deus!

Quinta via a Finalidade:

Existe uma ordem no universo e todas as coisas tendem à um fim, logo, existe algo mais inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas à este fim.

Todos os seres do universo são cegos, não possuem inteligência (exceto homem e anjos) e todos se movem em uma certa ordem, este mundo cego supõe que alguém o planejou e o ordenou, já que não pode haver ordem sem ordenador, pois o universo tem uma causa eficiente inicial e final. Deus!

Vemos que pela razão é possível chegar ao conhecimento de Deus. Aquele que os filósofos gregos buscavam pelo uso de sua razão, se revela a Moises dizendo Eu Sou! Somente é possível ter fé, pela  revelação da parte de Deus, o que difere da crença, pois na crença não há revelação.

O homem é um ser excêntrico, pois esta fora do seu centro que é Deus, para Santo Agostinho no IV século d.C. o mundo era feito por elementos, e cada um deles tendia para de onde foi criado, os elementos terra, água, ar e fogo e usava a seguinte analogia, uma bola de chumbo colocada sobre a água tende ao fundo do mar, pois é da terra, uma folha que se queima, o que de seu elemento for terra se precipita ao solo, o que for ar se dissipa e o fogo sobe as alturas, pois para ele era o elemento acima. Mas Agostinho vai entender o quinto elemento, o espirito que tende ao seu Criador, o impulso de todo homem de encontrar o sentido de sua inquietude.

Negar a existência da alma no homem o torna defeituoso, pois na natureza todos os animais encontram aquilo que esta á sua disposição. Nenhum animal deseja algo indisponível, por isso a alma deseja Deus.

O ateu tem uma crença muito grande em si mesmo, pois como a essência de todo homem é igual, e o ateísta em sua alma, tem uma sede por Deus, mas sua racionalidade excêntrica (fora do centro), precisa encontrar em si mesmo, aquilo que só encontraria em Deus e acaba adorando a si mesmo. Nós cristão também temos nossa essência excêntrica, mas pela graça e com o uso da razão vamos voltando ao centro, não com todas as respostas, pois a fé não é crendice, mas com as certezas que á virtude da fé nos cumula.

 “A ausência de evidências não é evidência da ausência.” (Frase da criminologia)

 

Por Junior Mathias



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