
Igreja Una Santa Católica e Apostólica
Série - Os Sacramentos - A Introdução

Hoje nós vamos começar uma série sobre os sacramentos. Esperamos que Deus nos ilumine nessa estada que é a evangelização pura e verdadeira que pode levar a verdade (que é Jesus) através de sua Igreja Católica Apostólica Romana.
Todos os dias estamos diante de uma realidade da vida nos perguntamos: Por que? Pra que? Como? E agora? Na nossa caminhada espiritual não é diferente. Temos muitos “por quês?” e nosso (humilde) objetivo é solucionar algumas dúvidas sobre os sacramentos da Igreja, suas origens, formas, ritos e efeitos.
Quantos são os sacramentos?
A Igreja Católica tem 7 (sete) sacramentos que marcam etapas da nossa vida e experiência de fé. Esses sacramentos são o eixo da vida da Igreja e do Homem na Igreja. Esses sacramentos são: Batismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimônio, conforme nos mostra o Catecismo da Igreja Católica (1113).
1113. Toda a vida litúrgica da Igreja gravita em torno do sacrifício eucarístico e dos sacramentos. Há na Igreja sete sacramentos: Baptismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimónio. Neste artigo, trata-se do que é comum aos sete sacramentos da Igreja, do ponto de vista doutrinal; o que lhes é comum sob o aspecto da celebração será exposto no capítulo II; e o que é próprio de cada um constituirá o objecto da secção II.
Existem ainda outra forma de separação dos sacramentos, que formariam 3 (três) grupos: Os Sacramentos de Iniciação Cristã, Os Sacramentos Renováveis e os Sacramentos de Serviço.
Os Sacramentos de Iniciação Cristã
Têm esse nome, pois marcam o início de uma nova fase da fé, de um novo início. Pelos sacramentos da Iniciação somos levados a uma progressiva participação e entendimento da Vida Cristã e as realidades da Igreja.
1212. Através dos sacramentos da iniciação cristã – Baptismo, Confirmação e Eucaristia são lançados os alicerces de toda a vida cristã. “A participação na natureza divina, dada aos homens pela graça de Cristo, comporta uma certa analogia com a origem, crescimento e sustento da vida natural. Nascidos para uma vida nova pelo Baptismo, os fiéis são efectivamente fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e recebem na Eucaristia o Pilo da vida eterna Assim. por estes sacramentos da iniciação cristã, eles recebem cada vez mais riquezas da vida divina e avançam para a perfeição da caridade” (Papa Paulo VI, Constituição Apostólica Divinae consortium naturae, cf. OICA).
Os Sacramentos Renováveis
São os sacramentos que podem (e devem) ser renovados. São os sacramentos da Confissão e a Unção dos Enfermos. Esses sacramentos são de grande graça a nós que podemos renovar as graças de Deus em nossa vida, mas ATENÇÃO, esses são sacramentos que podem e devem ser buscados tendo em vista a necessidade do fiel, isso não quer dizer que são renováveis pois perdem o efeito! Pois o sacramento é o um selo, impresso de forma intransferível, conforme a Igreja nos ensina no Catecismo (698).
698. O selo é um símbolo próximo do da unção. Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo» (Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca também com o seu selo» (40). Porque indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Baptismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o «carácter» indelével, impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos.
Sacramentos de Serviço
Sabe quando alguém cresce e diz: “Vou casar para ser feliz!” ou “vou ser padre porque é MINHA vontade”. Digo a você que já começou errada a vivência do sacramento. Como o nome sugere, são os sacramentos de SERVIÇO, ou seja, SERVIR AO OUTRO, não a sí.
1535. Nestes sacramentos, aqueles que já foram consagrados pelo Baptismo e pela Confirmação para o sacerdócio comum de todos os fiéis, podem receber consagrações particulares. Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para serem, em nome de Cristo, «com a palavra e a graça de Deus, os pastores da igreja». Por seu lado, «os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados por meio de um sacramento especial em ordem ao digno cumprimento dos deveres do seu estado».
Como atuam os sacramentos?
Sacramento não é “passe de mágica”! Sacramento é a manifestação da Deus em minha vida, em minha história. Assim, eu devo viver a partir e por esta graça. Deus nos chama a participar hoje de uma caminhada que requer de nós uma reta intenção.
Assim, não é pelo sacramento que eu vou ter frutos simplesmente. Tenho que ter disposição para dar frutos e ser “podado”...
1128. É esse o sentido da afirmação da Igreja: os sacramentos actuam ex opere operato (à letra: «pelo próprio facto de a acção ser executada»), quer dizer, em virtude da obra salvífica de Cristo, realizada uma vez por todas. Segue-se daí que «o sacramento não é realizado pela justiça do homem que o dá ou que o recebe, mas pelo poder de Deus»*. Desde que um sacramento seja celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do seu Espírito age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. No entanto, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe. (São Tomás de Aquino, S.Th III, 68,8)
Os Sacramentos me unem a quem?
Os sacramentos são sinais de unidade de nossa vida com a comunidade eclesial (Igreja Católica Apostólica Romana). O Catecismos nos ensina que existem 3 (três) formas de viver essa unidade.
815. Quais são os vínculos da unidade? «Acima de tudo, a caridade, que é o vínculo da perfeição» (Cl 3, 14). Mas a unidade da Igreja peregrina é assegurada também por laços visíveis de comunhão:
– a profissão duma só fé, recebida dos Apóstolos;
– a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos;
– a sucessão apostólica pelo sacramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de Deus (272).
Conforme vimos, a vivência de uma só fé, a celebração do culto divino SOBRETUDO dos sacramentos e sucessão apostólica são sinais da unidade da Igreja que nos uni a Deus.
De onde vem essa palavra “Sacramento”?
A palavra vem do Grego (mysterion), que foi traduzida para o latim com 2 (dois) termos mysterium e sacramentum, conforme nos ensina o Catecismo (774):
774. A palavra grega mysterion foi traduzida em latim por dois termos: mysterium e sacramentum. Na segunda interpretação, o termo sacramentum exprime prevalentemente o sinal visível da realidade oculta da salvação, indicada pelo termo mysterium. Neste sentido, o próprio Cristo é o mistério da salvação: «Nem há outro mistério senão Cristo. A obra salvífica da sua humanidade santa e santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e actua nos sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa: e é neste sentido analógico que é chamada «sacramento».
Mas Cristo age mesmo pelos sacramentos?
Sim, a graça sacramental é sinal visível e indelével das marcas de Cristo na caminhada do cristão. Conforme nos diz o Catecismo (1084):
1084. «Sentado à direita do Pai» e derramando o Espírito Santo sobre o seu corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, que instituiu para comunicar a sua graça. Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e acções), acessíveis à nossa humanidade actual. Realizam eficazmente a graça que significam, em virtude da acção de Cristo e pelo poder do Espírito Santo.
Assim, pelo seu corpo (Igreja Católica) Jesus continua a transmitir seus sinais de graça e dar esses instrumentos para a vida N’ele, mas o fruto só depende da disposição daquele que recebe. (Catecismo, 1131)
1131. Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Eles dão fruto naqueles que os recebem com as disposições requeridas.
O que é economia sacramental?
Economia no sentido de “costume”. Isso acontece, pois a Igreja vive o mistério sacramental no tempo litúrgico, ou seja, a Igreja VIVE os sacramentos e convida a nós a vivência como leciona o Catecismo (1076)
1076. No dia do Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja foi manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na «dispensação do mistério»: o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela liturgia da sua Igreja, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age, agora na sua Igreja e com ela, de um modo novo, próprio deste tempo novo. Age pelos sacramentos e é a isso que a Tradição comum do Oriente e do Ocidente chama «economia sacramental». Esta consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos do mistério pascal de Cristo na celebração da liturgia «sacramental» da Igreja.
Os Sacramentos nos conduzem a salvação?
Para entender a “economia” da salvação a partir dos Sacramentos necessário é entender que Cristo é o princípio, caminho e vida sacramental. Princípio, pois Ele nos quer. Caminho a ser seguido, modelo de humanidade perfeita segundo Deus e Vida nova pelos sinais sacramentais, onde Ele (Cristo) se faz presente. Conforme Catecismo da Igreja Católica (1127):
1127. Celebrados dignamente na fé, os sacramentos conferem a graça que significam. Eles são eficazes, porque neles é o próprio Cristo que opera: é Ele que baptiza, é Ele que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa. O Pai atende sempre a oração da Igreja do seu Filho, a qual, na epiclese de cada sacramento, exprime a sua fé no poder do Espírito. Tal como o fogo transforma em si tudo quanto atinge, assim o Espírito Santo transforma em vida divina tudo quanto se submete ao seu poder.
Entendendo que Cristo é quem está presente em cada sacramento, que a Igreja é portadora desses sacramentos e que nos convida a viver cada dia mais essa vocação de vivermos unidos em Cristo e sua Igreja. (Catecismo, 1129)
1129. A Igreja afirma que, para os crentes, os sacramentos da Nova Aliança são necessários para a salvação. A «graça sacramental» é a graça do Espírito Santo dada por Cristo e própria de cada sacramento. O Espírito cura e transforma aqueles que O recebem, conformando-os com o Filho de Deus. O fruto da vida sacramental é que o Espírito de adopção deifique " os fiéis, unindo-os vitalmente ao Filho único, o Salvador.
Que essa série sobre os sacramentos nos ajude a viver os nossos sacramentos como sinais nesta vida daquela que há de vir em Cristo. Aguardem nossas próximas postagens!